terça-feira, 31 de agosto de 2010
Conflitos Internos (Infernal Affairs) 2002
MARY
Eu não consigo terminar minha
história, eu não sei ainda se
meu personagem é bom ou mal.
Direção: Wai-keung Lau e Alan Mak
Roteiro: Alan Mak e Felix Chong
Elenco: Inspetor Lau Kin Ming (Andy Lau), Chen Wing Yan (Tony Leung Chiu Wai), SP Womg Chi Sing (Anthony Wong Chau-Sang), Hon Sam (Eric Tsang), entre outros.
A comparaçãoé invitável, afinal, este foi o filme que baseou Os Infiltrados (The Departed) do Scorsese, tanto que no crédito do filme norte-americano, constam os dois roteiristas deste filme.
Mas o que eu acho é o seguinte. O filme do Scorsese prioriza muito mais o suspense e tenta explicar melhor a motivação dos personagens, tenta circunscrevê-los num universo mais sólido. Como Sullivan conhece Costello, como Costingan é cooptado pela polícia para ser um infiltrado, como se dá esta aproximação, com certeza, temos mais noção do que está em jogo em Os Infiltrados. para isso, o roteiro foi extendido e o filme ficou bem maior, mas sem problema de ritmo.
O filme chinês, por sua vez tem tem seus aspectos positivos e negativos. Começando pelos negativos, para quem não assistiu a Os Infiltrados, o começo de Infernal Affairs deve ser muito confuso, rápido e com uma certa insuficiência de informações. O roteiro e, consequentemente o filme, são mais curtos. Isto se deve a uma economia na composição que ao meu ver prioriza como evento central a morte de Wong (este evento, creio que é mais fraco em Os Infiltrados, talvez em função do aumento de elementos no roteiro).
Mas ao meu ver, a grande vantagem de Infernal Affairs se deve ao fato de demonstrar as mudanças do caráter dos seus personagens. Eu gosto muito do filme do Scorsese, prefiro-o em relação ao Infernal Affairs, mas o filme chinês tem esta grande vantagem.
Em Infernal Affairs percebemos de modo mais consistente o drama a de Tony Leung, Wong quando o procura se demonstra preocupado com o fato de Tony estar se transformando, cometendo crimes, usando cocaína, etc. E isto faz com que Wong o encaminhe à psicóloga. Em Os Infiltrados, creio que a ênfase do problema de Costingan se deve muito mais ao fato do perigo que ele corre no meio da ganngue de Costello do que de sua transformação em criminoso.
Por sua vez, Lau também se transforma (interessante é que Lau é homófona de Law, em inglês, lei). Percebemos que Lau começa a fazer parte da corporação policial e começa a desenvolver uma raiva de Sam, Lau vira um policial,assim como Tony começa a se transformar em um bandido. Por isso sua esposa diz que não pode terminar seu livro enquanto não souber se seu personagem, é bom ou ruim, ela não poderia, Lau estava escolhendo.
Lau decide matar Sam, mas decide isso por que mudou. Em Os Infiltrados, Sullivan medo por medo de que Costelo seja realmente um informante do FBI. Sullivan mudou, mas uma transformação de grau, não de gênero. Ele fica com medo de ser descoberto, e não por que suas concepções morais mudaram.
Por fim, acho que o final de Infernal Affairs também me é mais interessante. Não é necessário uma Nemêsis, um ente vingador a surgir e punir os pecados de Sullivan, como O Sargento Dignam faz. Estas mudanças ocorrem no espírito de Lau.
Mas enfim, embora possamos elencar uma variedade de elementos é interessante notar que são dois filmes autônomos, cada um com suas particularidades e com boas questões de roteiro e dramaturgia. vale muito à pena assistí-los e compará-los
segunda-feira, 30 de agosto de 2010
Escritos e Ditos
"Quando escrevo, preciso ficar sozinho; se tenho oito personagens em um drama eu tenho relações sociais o suficiente para me envolver, eles me mantém ocupado; eu preciso conhecê-los. E esse processo de conhecimento é lento e doloroso. Eu faço, como regra, três elencos para os meus dramas, os quais diferem consideravelmente uns dos outros. Eu quero dizer nas características específicas dos personagens, e não no desenvolvimento da história. Quando começo a trabalhar meu material, eu sinto como se tivesse que conhecer meus personagens em uma viagem de trem, o primeiro contato deve ser interessante, e devemos conversar sobre várias questões e assuntos. Quando eu voltar a escrever, já verei tudo com muito mais clareza, e eu conhecerei estas pessoas como se eu tivesse ficado com elas por um mês em um balneário de férias. Assim, tenho aprendido aos poucos os pontos principais destes personagens e suas peculiaridades."
"When I am writing I must be alone; if I have eight characters of a drama to do with I have society enough; they keep me busy; I must learn to know them. And this process of making their acquaintance is slow and painful. I make, as a rule, three casts of my dramas, which differ considerably from each other. I mean in characteristics, not in the course of the treatment. When I first settle down to work out my material, I feel as if I have to get to know my characters on a railway journey; the first acquaintance is struck up, and we have chatted about this and that. When I write it down again, I already see everything much more clearly, and I know the people as if I had stayed with them for a month at a watering place. I have grasped the leading points of their characters and their little peculiarities."
1828 - 1906 |
A Ilha do Medo (Shutter Island) 2010
TEDDY DANIELS
O que é pior? Viver como um monstro,
ou morrer como um bom homem?
Direção: Martin Scorsese
Roteiro: Laeta Kalogridis da novela de Dennis Lehane
Elenco: Teddy Daniels (Leonardo DiCaprio), Mark Ruffalo (Mark Ruffalo), Dr John Cawley (Ben Kingsley), Dr Jeremiah Naehring (Max von Sydow), entre outros.
Muita gente reclamou do uso dos flashbacks, mas eu achei excepcionais, eu gosto de flashbacks e o fato de hoje estar sendo pouco utilizado faz eu gostar bastante do recurso.
Bem pessoal, outra coisa, por uma questão de otimização do meu tempo, infelizmente não poderei ficar comentando todos os filmes, em alguns casos apenas publicarei com uma frase e o roteiro (quando conseguir). Mas este aqui é altamente recomendável. Se quiser baixar o roteiro, clique AQUI!
sexta-feira, 27 de agosto de 2010
Os Infiltrados (The Departed) 2006
MADOLYN
E eu pensava que eu era a mentirosa!
Direção: Martin Scorsese
Elenco: Billy Costigan, Colin Sullivan (Matt Damon), Frank Costello (Jack Nicholson), Sgt Dignam (Mark Wahlberg), Cap. Queenan, madolyn (Vera Farmiga), entre outros.
Eu poderia escrever um livro sobre este filme e mesmo assim creio que não daria conta nem da metade. Filmaço, excepcional e obrigatório.
Por falar em livro, o engraçado é que acabei de ler um livro do Conan Doyle, que não vou revelar o nome para não estragar possíveis surpresas. O livro lembra, e muito, Os Infiltrados, mas rola nos EUA nos Séc XIX.
Outra curiosidade é o fato do filme ser baseado no Infernal Affairs (já citado na parte dos roteiristas), o qual já está na minha lista.
Quanto ao The Departed, certamente assistirei de novo e ai farei algum comentário sobre o roteiro, o qual vocês já podem conferir AQUI!
Eu poderia escrever um livro sobre este filme e mesmo assim creio que não daria conta nem da metade. Filmaço, excepcional e obrigatório.
Por falar em livro, o engraçado é que acabei de ler um livro do Conan Doyle, que não vou revelar o nome para não estragar possíveis surpresas. O livro lembra, e muito, Os Infiltrados, mas rola nos EUA nos Séc XIX.
Outra curiosidade é o fato do filme ser baseado no Infernal Affairs (já citado na parte dos roteiristas), o qual já está na minha lista.
Quanto ao The Departed, certamente assistirei de novo e ai farei algum comentário sobre o roteiro, o qual vocês já podem conferir AQUI!
Escritos e Ditos
"Aqui está o meu mantra básico sobre como aprender o ofício de roteirista: leia roteiros, assista a filmes, escreva muitas páginas! Essas são as três coisas mais importante que você pode fazer para aprender a escrever roteiros."
"Here is my most basic mantra about learning the craft of screenwriting: Read scripts. Watch movies. Write pages.Those are the three single most important things you can do to learn how to write screenplays."
"Here is my most basic mantra about learning the craft of screenwriting: Read scripts. Watch movies. Write pages.Those are the three single most important things you can do to learn how to write screenplays."
SCOTT MYERS
Amnésia (Memento) 2000
NATALIE
Esta é por conta da casa.
Direção: Christopher Nolan
Roteiro: Christopher Nolan do conto "Memento Mori" de Jonathan Nolan
Elenco: Leonard (Guy Pearce), Natalie (Carrie-Anne Moss), Teddy Gammel (Joe Pantoliano), entre outros.
Grande filme, sem dúvida.
O problema não é contar a história de trás para a frente, mas sim como manter a tensão, a curiosidade e a surpresa.
Para isso creio que um ponto de partida de Nolan, se ele usasse o paradigma do Syd Field, foi tornar o primeiro ato o último, e o ultimo em primeiro,e partir desta referência inverter todo o segudno ato.
Assim, outra dificuldade seria transformar o incidente incitante (McKee) no climax, e o climax em Incidente Incitante.
Note porém, que Nolan iverteu a ordem das cenas, mas o desenvolviemtno das cenas ainda é linear. São vários unidades coerentes, organizadas ao contrário onde a cena ocorre normalmente (exceto da primeira que é totalmente invertida).
Por exemplo a cena de cerveja, vemos na ordem normal Leonard chegando ao bar, conversando com ela, ela desconfiando e pedindo para todos no bar cuspirem na cerveja e na sequência dando a cerveja a Leonard que a bebe. Depois que ela comprova que Leonard tem o problema de memória ela ainda fica com pena e troca a cerveja.
Veja que todas as cenas, então, desenvolvem-se de maneira linear e dentro da dramaturgia tradicional. Sendo que o roteirista apenas repete os ganchos e é aqui onde reside a verdadeira dificuldade do roteiro de Amnésia..
Ele apresenta o fim da cena em primeiro lugar, em alguns casos revelando o climax das mesmas, em outros casos não. A partir de então, ele a começa até o momento, vejamos a cena 120, página 73.
Vejamos o roteiro
_______________________________________________________
120 INT. SALA DE ESTAR DE NATÁLIA - DIA
Ela vem para a porta da frente. Seu rosto está inchado e sangrando.
Leonard abre a porta para ela. Ela entra. LEONARD O que aconteceu? Natalie, AGITADA, ATRAPALHA-SE com as coisas em sua bolsa. NATALIE O que parece?! Ela se vira par Leonard e então ele pode ver a extensão de seus machucados . Seus olhos estão INCHADOS e seus lábios PARTIDOS.
NATALIE (cont'd) Ele me espancou. LEONARD Quem? NATALIE Quem?! Porra, Leonard! Dodd!
D odd me espancou.
Natalie JOGA sua bolsa no chão frustrada. Ela não sabe o que fazer com suas mãos. LEONARD Por que? Natalie vira-se para ele, ENFURECIDA. NATALIE
Por sua causa, seu idiota! Por que eu fiz o que você me disse!
(MAIS)
(CONTINUA) MEMENTO REVISÃO ROSA - 9/7/99 74. 120 CONTINUA: 120 NATALIE (cont'd) "Vá até ele, fale sobre Teddy!"
Gr ande merda de idéia!
Leonard APROXIMA-SE, levantando as palmas da mão LEONARD Fique calma. Natalie começa a BATER em Leonard. Ele sgura os braços dela. LEONARD (cont'd) (suavemente) Fique calma. Você está segura agora.
Você está segura. Ele senta-se com ela no sofá. LEONARD (cont'd) Vamos colocar um pouco de gelo
em seu rosto. MAIS TARDE:
Natalie, chorando levemente, segura um papel toalha com gelo no rosto inchado eqnquanto Leonard limpa com um pano úmido o sangue dos lábios.
NATALIE Eu fiz exatamente como você me disse.
Eu fui até Dodd e disse que eu não sabia
do dinheiro de Jimmy, ou da droga,
que este Teddy pode ter ficado com tudo. LEONARD E o que ele disse? NATALIE Ele não acreditou em mim.
Ele disse que se eu não levar
o dinheiro amanhã ele irá me matar.
Então ele começou a me bater. LEONARD Onde ele está? NATALIE O que você irá fazer? LEONARD Eu irei vê-lo! NATALIE E?
(CONTINUA) MEMENTO REVISÃO ROSA - 9/7/99 75. 120 CONTINUA: (2) 120 LEONARD Dar-lhe algumas porradas e dizer
para ele ir procurar um cara
chamado Teddy. NATALIE Ele irá matá-lo, Lenny! LEONARD (sorrindo) Minha esposa costumava me
chamar de Lenny.
NATALIE É? LEONARD É, e eu odiava!. NATALIE Este cara é perigoso, vamos pensar
em alguma outra coisa. Leonard pega um pedaço de papel mas não consegue encontrar uma caneta. LEONARD Eu irei ter cuidado. Apena diga-me
como ele é, e onde posso encontrá-lo.
Você tem uma caneta?Do you have a pen? Natalie pega uma caneta na bolsa e entrega pera ele. NATALIE
Ele provavelmente irá encontrar você. LEONARD Eu? Por que ele se interessa por mim? NATALIE Eu falei para ele sobre o seu carro. LEONARD Po que você fez isso?? NATALIE Ele estava me batendo demais!
Eu tinha de lhe dizer algo! Leonard entrega para Natalie um pedaço de papel e a caneta. LEONARD Apenas escreva tudo ai, como ele é
e onde o encontro.
(CONTINUA) MEMENTO REVISÃO ROSA - 9/7/99 75A. 120 CONTINUA: (3) 120 Natalie entrega a anotação. Na nota está escrito: (CONTINUED) MEMENTO Pink Revisions - 9/7/99 76. 120 CONTINUED: (4) 120 "DODD MOUNTCREST INN NA 5TH ST., QUARTO 6" "COLOCÁ-LO ATRÁS DE TEDDY E VINGAR POR NATALIE" Do lado de fora, o ALARME do carro toca. Leonard levanta-se e vai para a porta, mexendo em sua fotos Polaroids.
121 EXT. CASA DE NATALIE - DIA 121
O ALARME DO CARRO está tocando. Leonard sai da casa de Natalie, caminha até o jaguar e entra nele desligando o alarme. TEDDY (O.S.) Você deveria trancar um carro como este! Leonard, assustado, PEGA Teddy pelo pescoço. ________________________________________________ Bem até aqui a cena mostra, basicamente, Natalie chegando em casa depois de ter sido agredida. Leonard pergunta quem a agrediu e ela diz ter sido Dodd, por que ela fora lhe dizer que Jimmy (seu namorado) havia sumido e ela não sabia de dinheiro nenhum nem de drogas. Leonard diz que vai atrás de Dodd e vai resolver as coisas. Temos então a cena 122, em preto e branco e que faz parte da história de Sammy Jenkins, não irei comentar sobre isto agora, mesmo por que não tenho certeza da função narrativa deste plot, que a princípio me parece uma espécie de espinha da narrativa, por ser todo este plot feito em tempo linear. Mas deixemos isto e vamos à cena 123, que é, como todo o padrão, a cena que antecede a 122. _______________________________________________ 123 INT. SALA DE ESTAR DE NATALIE - DIA 123 Leonard está sentado ámesa de café, relaxado, olhando sua polaroids. Natalie (SEM MACHUCADOS) ENTRA pela porta da frente, assustada. LEONARD Algo errrado? NATALIE Alguém está vindo para cá. Agora! LEONARD Quem? NATALIE Um cara chamado Dodd. LEONARD O que ele quer? NATALIE Quer saber o que aconteceu com
Jimmy. E quer seu dinheiro. Ele pensa
que eu peguei. LEONARD E está com você? NATALIE Não! LEONARD Sobre o quê é isto tudo? Natalie olha para ele com amargura. NATALIE Você não sabe, não é? Você vive na mais feliz ignorância, não é? LEONARD É a minha situação! (CONTINUA) 78. 123 CONTINUA: 123 NATALIE Eu sei sobre a sua maldita situação, Leonard! Eu sei mais sobre isto do que você sabe! Você não tem idéia da merda que é tudo isso! LEONARD O que aocnteceu? NATALIE Aconteceu que Jimmy foi encontrar um cara chamado Teddy. Ele levou muito dinheiro com ele não voltou. Os sócios de Jimmy acham que eu sei o que houve. Eu não sei se você sabe algo sobre Teddy. Leonard esta ficando frustrado. LEONARD Não sei. NATALIE Não o proteja. LEONARD Eu não sei. NATALIE Ajude-me. LEONARD Como? NATALIE Dê um jeito no Dodd para mim. LEONARD O que? NATALIE Mate-o, eu te pago! LEONARD O que você pensa que eu sou?! Eu não posso matar alguém por dinheiro. NATALIE Pelo que então? Amor? Pelo que? Pela sua esposa, certo? LEONARD Isto é diferente. (CONTINUA) 79. 123 CONTINUA: (2) 123 NATALIE Não para mim! Eu não fui casada com ela! LEONARD Não fale sobre minha esposa. NATALIE Eu falo sobre a merda que eu quiser! Você não vai se lembrar mesmo do que eu disse! Eu posso falar que sua esposa era uma puta e podemos continuar amigos! Leonard se levanta. LEONARD Fique calma. NATALIE Isto é fácil para você dizer! Você não sente medo, você não se lembra de nada, seu idiota fodido! LEONARD Acalme-se, isto não é minha culpa. NATALIE Talvez seja! Como você pode saber?! Você não sabe porra nenhuma! Você não pode ter medo, mas pode ter raiva?! Leonard caminha na direção dela. LEONARD Sim. NATALIE Seu merda patético. Eu posso dizer qualquer merda que eu quiser e você não se lembrará de nada. LEONARD Cale sua boca! Natalie fica face a face, sorrindo. NATALIE Eu vou usar você seu estúpido. Eu lhe digo por que vou me divertir, vou curtir saber que você poderia me parar se não fosse uma aberração. (CONTINUA) 80. 123 CONTINUED: (3) 123 Leonard procura entre suas Polaroids e encontra uma de Natalie. Ele procura em seus bolsos por uma caneta, mas não consegue encontrar nenhuma. NATALIE (cont'd) Perdeu a caneta? Que péssimo, doente. Senão você poderia escrever uma pequena nota sobre o quanto Natalie odeia sua coragem idiota. Leonard se movimenta em torno do quarto procurando uma caneta. Natalie o segue, falando em seu ouvido. NATALIE (cont'd) Sem canetas, como eu temia. Não poderá escrever que eu chamei você de retardado e sua esposa de piranha! Leonard vira o rosto, mal consegue controlar a raiva. LEONARD Não diga mais nada! NATALIE Sobre a puta da sua esposa? Leonard dá um tapa em Natalie. Ela sorri enquanto fala suavemente. NATALIE (cont'd) Eu li sobre seu problema. Você sabe qual é uma das causas da perda da memória curta? Leonard fica encolerizado. NATALIE (cont'd) Doenças venéreas. Talvez a porra de um dos paus doentes que sua esposa chupou tenha deixado você retardado. Leonard se afasta, tenso, pronto para agredi-la. Natalie arruma os cabelos sobre a orelha suavemente. NATALIE (cont'd) Você está triste coisa, você não vai se lembrar do que eu disse, vamos ser bons amigos, ou até amantes. Leonard gira, SEGURANDO Natalie pelo pescoço. Ele DÁ UM SOCO nela que a joga no chão. Ele fica em pé, furioso consigo mesmo e com ela. (CONTINUA) 81. 123 CONTINUA: (4) 123 Natalie fica de pé, e vai para a porta. Ela se vira para Leonard. Seu rosto está sangrando e ela sorri. NATALIE (cont'd) Vejo você em breve. Natalie sai. Leonard observa ela caminhando para seu carro, entrando nele e sentando-se. Leonard sai da janela e corre pela sala. Ele revira todos os lugares procurando uma caneta. Ele olha pela janela. Natalie está sentada dentro do carro. Leonard analisa papéis sobre a mesa, agitado. Ele ouve BATER a porta de um carro. Ele olha para fora da janela e vê Natalie sair de seu carro.Ela vem para a porta da frente. Seu rosto está inchado e sangrando.Leonard abre a porta para ela. Ela entra. LEONARD O que aconteceu? Natalie, AGITADA, ATRAPALHA-SE com as coisas em sua bolsa. NATALIE O que parece?! _________________________________________Como pode notar, o final da cena é o começo da outra. Ela obviamente não será repetida, pois foi a que vimos anterior a 123.É este padrão que irá dar ritmo a ajudar a manter a compreensão de todo o filme.Para quem quiser ler o roteiro, clique AQUI!
terça-feira, 24 de agosto de 2010
Gozu (2003)
OZAKI
Tudo o que eu vou te contar é uma piada.
Não leve a sério.
Direção: Takashi Miike
Roteiro: Sakichi Satô
Elenco: Minami (Yûta Sone), Ozaki (Shô Aikawa), Female Ozaki (Kimika Yoshino), Nose (Shôhei Hino), entre outros.
O cara definitivamente tem ótimas idéias, mas não é a minha. A primeira e última cena são fantásticas. O cara encanar que um cachorrinho é um assassino Yakuza é muito boa. Mas... prefiro um bom e velho Kurosawa.
II Seminário Histórias de Roteiristas
16 de novembro - I Workshop de Tecnologias do Vídeo Digital
17,18 e19 de novembro de 2010 – II Seminário Histórias de Roteiristas
NOVO PRAZO PARA SUBMISSÃO DE TRABALHOS - 15 DE SETEMBRO DE 2010.
II Seminário Histórias de Roteiristas
Arte e Comunicação na Era dos Roteiristas
Apresentação
Se, é costume organizar a história da humanidade por períodos e ciclos, a abordagem histórica do cinema/ audiovisual nacional em suas faces políticas, culturais, produtivas e nas suas manifestações teóricas e criativas não fugiu deste modelo e, como bem analisou Paulo Emílio Salles Gomes sobre o cinema brasileiro, esses ciclos foram marcados por períodos alternados de tentativas, sucessos e fracassos.
Rever fatos de um passado distante e fitar atentamente aos acontecimentos contemporâneos expõe e nos faz reconhecer no tecido histórico do cinema e audiovisual o entrelaçamento de fibras tradicionais com fibras, fios e fitas forjadas nas mãos de uma nova sensibilidade humana e tecnologias. Sinais reveladores dos vestígios e ritos que testemunham espaços, momentos sociais, culturais e políticos rastreadas numa linha do tempo. A luz do recente final do séc.XX projeta a nítida imagem do audiovisual brasileiro premente por renovação através de movimentos simultâneos e incessantes de profissionais na idealização de novas formas de revigorá-lo e perpetuá-lo e no movimento que ressoa as inovações tecnológicas digitais e absorção dos hibridismos das mídias. Naquele momento, o cinema já passara dos 100 anos, o resgate das raízes da linguagem, a reiteração das matrizes cinematográficas (narrativas ou não), a louvação das vanguardas e o veredicto sobre a expansão audiovisual ao longo dos anos futuros já estavam consolidadas. A classe dos profissionais do cinema e audiovisual passou a se exigir um novo posicionamento que, sem rupturas nem manifestos radicais e como que brotado e crescendo espontânea e organicamente na demanda do próprio contexto, passou a valorizar o escritor audiovisual. Os roteiristas passaram a se ver e a serem vistos como profissionais preparados para executar a “primeira realização” criativa - o roteiro escrito e/ou desenhado.
Tomamos emprestado o maior dom dos escritores de, num ritualístico jogo solitário de letras e desenhos imaginários, profetizar histórias que serão vistas e testemunhadas pelo olhar do público. Ao nos apropriarmos deste dom de vislumbrar o futuro, como que vendo numa bola de cristal destinos, acontecimentos e histórias, afirmamos que se fará confirmada cada vez mais a necessidade deste personagem criativo, o roteirista ou escritor audiovisual, como o queiram chamar. Por isso, com os devidos e mais que merecidos créditos, eles são os protagonistas deste II Seminário Histórias de Roteiristas.
O crescente prestígio do roteirista no audiovisual marca e define uma “nova era” incondicionalmente distinta de outras no Brasil. Validar a Era dos Roteiristas é trazê-los parte integrante da História e de suas histórias. É de alguma forma fazer com que assinem a punho autoral a independência das letras cinematograficamente elaboradas, sem tirar do diretor, de forma alguma, a primazia da autoria audiovisual. Ao contrário, é perceber que juntos compõem uma parceria indissociável. Uma parceria que mistura caminhos prováveis, devaneios, verossimilhanças, sintaxes, gramáticas e estruturas traçadas em letras pelo roteirista, com a tradução do imaginário das figuras, cores, fundos, ações, cenários, tempo e espaço corporificados pelo diretor. O ponto de chegada é uma obra audiovisual acabada, que contém o roteiro a ser vivenciado pelo espectador nas formas oculta e cristalizada.
Proposto sob o alicerce de quatro Temas e da diversidade de treze Abordagens (e/ou Linguagens), o “II Seminário Histórias de Roteiristas” pretende:
(1) promover intercâmbio acadêmico, cultural e profissional na área a partir de apresentações, discussões, reflexões sobre Roteiros e Roteiristas e as diversas relações com a criação, produção, exibição e a história;
(2) reiterar a importância e dar prosseguimento aos conteúdos abordados no “Primeiro Seminário Histórias de Roteiristas” em 2009, cuja temática trouxe à tona o fato concreto do novo paradigma audiovisual: representado pela inclusão e a representação dos roteiristas na história do cinema e audiovisual;
(3) compartilhar e expandir o repertório de conhecimentos e
(4) contribuir com a difusão da produção dos diversos pesquisadores e estudiosos neste vasto campo;
(5) manter estreita relação com as tecnologias contemporâneas.
Este ano, precedendo o Seminário se realizará o I Workshop de Tecnologias do Vídeo Digital concebido e organizado pelos professores Flávio Albuquerque (NAV) e Marcos Nepomuceno, fruto das pesquisas nas áreas de tecnologias do audiovisual no âmbito das atividades desenvolvidas no grupo Núcleo Audiovisual (NAV) e no curso de Publicidade e Propaganda do CCL.
Na certeza de que estaremos juntos escrevendo parte dessas histórias,
Sejam todos muito bem vindos
Gláucia Davino
Fernanda Nardy Bellicieri
I WorkShop de Tecnologias do Vídeo Digital
16 de novembro - I Workshop de Tecnologias do Vídeo Digital
17,18 e19 de novembro de 2010 – II Seminário Histórias de Roteiristas
I WORKSHOP DE TECNOLOGIAS DO VIDEO DIGITAL
Captação, edição e finalizaçao
Apresentação
O I WORKSHOP DE TECNOLOGIAS DO VIDEO DIGITAL, do CCL - Centro de Comunicação e Letras – da UPM Universidade Presbiteriana Mackenzie, visa informar e estimular reflexões, discussões, apresentações e debates sobre a presença das novas tecnologias do Vídeo e Cinema Digital, e sua importância nos Meios de Comunicação do Audio Visual.
Considerando o crescente desenvolvimento das tecnologias que envolve a Produção digital que veio para ficar, de forma irreversível nas formas de trabalho com imagens e sons, desde a captação de imagens via câmeras digitais de alta definição, agora com preços mais acessíveis, e os sistemas de edição e de armazenamento de dados da era dos Terabites.
Com o fácil acesso aos softwares de edição não linear , de composição, correção de cores e efeitos especiais digitais em 2D e 3D, nos faz acreditar que agora nada é impossível de se criar e produzir com a mesma qualidade de Hollywood. O mercado do Audio Visual entrou de vez se equiparando `as produções de Televisão de Alta Definição com as produções de Vídeo e Cinema Digital, em termos de tecnologia e mão de obra especializada.
Pretendendo trazer à comunidade do audiovisual, acadêmica e profissional, o que há de mais moderno em termos de equipamentos, know how e novos conhecimentos.
Concepção, Organização e Coordenação
Prof. MS. Flavio Duarte Cavalcanti de Albuquerque
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