segunda-feira, 31 de maio de 2010

A Grande Esperança Branca (The Great White Hope - 1970)


Direção: Martin Ritt

Roteiro: Howard Sackler

Elenco: Jack Jefferson (James Earl Jones), Eleanor Backman (Jane Alexander), Goldie (Lou Gilbert), entre outros.

O filme começa que é uma beleza, tem um conflito excepcional. Jack Jefferson é um lutador negro norte-americano do começo do século e é apaixonado por Eleanor Backman, branca. Os dois vão enfrentar tanto o preconceito dos brancos e dos negros por causa de seu amor. Ótima premissa e ótimo High Concept. Mas o filme afunda igual pedra na água, perde o ritmo e ganha uma obviedade sem tamanho, embora, o roteiro tenha alguns bons momentos quando tenta ganhar ritmo, mas só isso.

Outra coisa. É impressionante a falta de cuidado de alguns diretores e atores de representar o mundo do boxe, acho que um pouquinho mais de atenção, estudo e boa vontade não fazem mal ao artista, pelo contrário, é o que garante o resultado final do trabalho. Basta ver um filme como Hurricane, com Denzel Washington. Vejam o cuidado com que ele representa um boxeador, ele, no mínimo, foi em alguma academia e perguntou sobre os movimentos básicos do esporte. Agora, há filmes, como o caso aqui em questão, que não convencem nem ao menos um leigo na modalidade, quanto menos um aficcionado.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Right Cross (1950)



                           SEAN O'MALLEY
            I'm sick and tired of being sick and tired. 

Direção:John Sturges

Elenco: Johnny Monterez (Ricardo Montalban), Rick Garvey (Dick Powell), Pat O'Malley (June Allyson), Sean O'malley (Lionel Barrymore), Dusky Ledoux (Marilyn Monroe), entre outros.

Com toda sinceridade eu esperava bem mais de um filme dirigido por John Sturges (The Great Escape e The Magnificent Seven)e escrito por Charles Schnee (que escreveu roteiros como Red River e The Bad and the Beautiful). Ao meu ver, o problema do filme está no fato da necessidade dos diálogos sustentarem a história, sem os mesmos, não há nada a ser visto. 

Infelizmente, o filme é lembrado apenas por uma aparição de Marilyn Monroe.

The Hurricane (1999)

            RUBIN 'HURRICANE' CARTER
Innocence is a highly overrated commodity.
 
Direção:Norman Jewison
Roteiro:Armyan Bernstein e Dan Gordon, dos livros "16th
Round" de Rubin 'Hurricane' Carter e "Lazarus and the 
Hurricane" de Sam Chaiton e Terry Swinton
 
Elenco: Rubin 'Hurricane' Carter (Denzel Washington), 
Lesra martin(Vicellous Reon Shannon), Lisa Peters
(Deborah Kara Unger), entre outros. 
 
O que mais me chamou atenção foi o excelente trabalho
de Denzel Washington, mas quanto ao roteiro, acho que
ele consegue trabalhar bem o conflito interior de Rubin
Carter, a chegada dele no presídio e a atitude que
ele adota no cárcere é o ponto alto 
do filme para mim. 

Passageiro: Profissão Repórter (Professione: Reporter) 1975



                             DAVID LOCKE
           I've run out of everything - my 
           wife... the house... an adopted 
           child... a successful job... 
           everything except a few bad habits 
           I could not get rid of. 

Roteiro: Peter Wollen e Michelangelo Antonioni, da história de Mark Peploe

Elenco: David Locke (Jack Nicholson), Girl (Maria Schneider), Rachel Locke (Jenny Runacre), Martin Knight (Ian Hendry), entre outros.

Bem, este filme certamente já deve ter rendido dezenas de teses e dissertações. Sem querer me alongar, acho que tem uma história muito boa, mas não gosto de várias escolhas do roteiro, como por exemplo alguns diálogos e 'coincidências', mas não vou chover no molhado criticando o que não gosto do filme, afinal, foram as escolhas do autor, e quanto a mim, como espectador, cabe gostar ou não.




segunda-feira, 24 de maio de 2010

The Killers (1946)




               'SWEDE' ANDERSEN
          Why did you ever go back to him, Kitty? 

               KITTY COLLINS
          Maybe because I hate him. I'm poison, 
          Swede, to myself and everybody around
          me! I'd be afraid to go with anyone 
          I love for the harm I do to them! I 
          don't care harming him!

Direção: Robert Siodmak


Elenco: Ole 'Swede" Andersen (Burt Lancaster), Kitty Collins (Ava Gardner), Jim Reardon (Edmond O'Brien), entre outros.

Como um roteiro que começa tão bem pode terminar tão mal. Tudo bem se a proposta é fazer um filme não clássico, mas deixar tanto buraco num filme é lamentável. Como, quando e/ou quem quebrou a mão do Sueco antes da luta? Quem matou afinal o Colfax?

Outra coisa, acho que ao escrever uma história de detetives, tem de se tomar cuidado para não demonstrar que o 'autor' conhece a trama. Tem momentos no filme que parece que os atores não conseguem disfarçar o que eles sabem do roteiro.


The Good, The Bad and The Ugly (1966)



               TUCO
         Hurrah! Hurrah for the 
         Confederacy! HURRAH! Down
         with General Grant! Hurrah
         for General... What's his 
         name? Lee! LEE! Ha ha. God 
         is with us because he hates 
         the Yanks too. HURRAH!   

               BLONDIE
               [spits]
         God is not on our side 
         because he hates idiots also.

[the commander of the cavalry patrol they've met reveals his blue uniform

Direção: Sergio Leone.

Elenco: Blondie (Clint Eastwood), Tuco (Eli Wallach), Angel Eyes, Sentenza (Lee Van Cleef), entre outros.

Há milhões de cosa que poderiam ser ditas sobre este filme, mas não tenho a menor possibilidade de me alongar muito.

Por isso vou chamar a atenção a um pequeno detalhe, o contexto em que a história se passa. Pode parecer fácil, até banal, mas podem ter certeza, contextualizar uma história em um periodo específico, sem 'enterrar' os personagens sob os fatos históricos é muito dificil. No cso deste filme, vejam como o contexto, a Guerra Civil Norte-Americana, funciona como uma moldura para a história dos três personagens sem chamar em demasia a atenção sobre si mesma.

Sem dúvida, um trabalho excepcional, tanto pelo roteiro, atores, pela fotografia, trilha sonora e pelo estilo único de Sergio Leone. um marco do cinema.


domingo, 16 de maio de 2010

Cães de Aluguel (Reservoir Dogs - 1992)


                                       MR BLUE
                  I like her early stuff. 
                  You know, 'Lucky Star', 
                  'Borderline' - but once 
                  she got into her 'Papa 
                  Don't Preach' phase, I 
                  don't know, I tuned out.




Elenco: Mr White (Harvey Keitel), Mr Orange (Tim Roth),Mr Pink (Steve Buscemi), Mr Blonde (
Michael Madsen), Mr Brown (Quentin Tarantino), Mr Blue (Edward Bunker), Nice Guy Eddie Cabot (Chris Penn), Joe Cabot (Lawrence Tierney), entre outros.

Realmente é muito estimulante ver qualquer coisa que o Tarantino faça, por mais que eu tenha problema com a motivação de muitos de seus personagens (não todos). Mas vejamos o diálogo da mesa do bar quando todos falam sobre a Madonna. Cada um é apresentado em sua singularidade, muitos deles, apenas expressando seus gostos musicais.

Uma das melhores cenas do Taranta.


Cidade Baixa (2003)



                                                                KARINNA
                        Melhor não.

Direção: Sérgio Machado


Elenco: Deco (Lázaro Ramos), Naldino (Wagner Moura), Karinna (Alice Braga)

Simplesmente acho que não há conteúdo o suficiente para um longa.



sexta-feira, 14 de maio de 2010

Escritos e Ditos

"[O que falta é] o roteiro. Vocês têm ótimos atores, ótimos diretores, vocês têm tudo que os melhores países têm. (MAS)* Se um filme no Brasil é bom, ele geralmente é a adaptação de um livro. Muitas vezes o cinema brasileiro tem que esperar escritores fazerem bons livros que podem ser adaptados. Precisa parar de se 'canibalizar' os romances"

Robert McKee 

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*Achei importante colocar um MAS nesta parte do texto.



Robert McKee na ECINE dia 13 de Maio de 2010


Ontem tive o privilégio de participar de uma palestra com o McKee e podem ter certeza, não me decepcionei. Com bastante lucidez ele fez alguns comentários que valem a pena destacar.

A primeira observação, muito contundente por sinal, foi a crítica à nossa produção cinematográfica, sobretudo no que diz respeito à natureza de nossos roteiros. Aproximadamente noventa por cento de nossos roteiros são adaptações de obras literárias e muito poucos roteiros originais têm sido escrito no Brasil, e ao ver do McKee, com quem faço coro,  isto é muito grave. 

Eu gostaria de acrescentar ainda uma observação; se aproximadamente noventa por cento são adaptações literárias, o restante "é baseado em fatos reais". É claro que isto dá muita discussão, mas para não extender muito, apenas segue uma sugestão, libere sua imaginação e pense em Argumentos Originais. Não que você não possa se inspirar na sua própria história ou na do seu vizinho, mas não queira revelar a realidade através de suas histórias, pois a verdade é caprichosa, ela tem seus próprios meios de se revelar, e, em muitos casos, não é escrevendo exatamente o que aconteceu com fulano que você estará sendo honesto, pois no fim das contas, ainda assim será a sua interpretação do fato.

A segunda observação foi sobre o fato de ainda não termos nos organizados profissionalmente e termos criado um sindicato, temos no máximo algumas associações. Ele chegou, inclusive, a sugerir greves de roteiristas. (Embora não sei se isto possa funcionar no brasil hoje, talvez os pessoal que trabalhe na TV, mas mesmo assim, ainda é bastante complicada esta discussão

Por fim, ele apontou hoje uma realidade em Hollywood, hoje, a classe que detêm o poder de realização e escolha dos filmes em Hollywood não são mais os produtores, roteiristas oudiretores, mas os atores. Neste sentido, ele usou como exemplo o Up in the Air, de Jason Reitman. McKee disse que o filme só aconteceu devido ao fato de George Clooney ter gostado do roteiro e comprado a briga. Ao final ele disse que os atores de Hollywood têm tudo, dinheiro, fama e sucesso e que a única coisa que eles desejam, são grandes personagens e grandes histórias, ou seja, eles precisam de grandes roteiristas. É engraçado, pois de certo modo, nós somos os objetos de desejo das estrelas. Hehehehehehehe. É Brincadeira o que eu disse, mas não deixa de ser verdade.

Inclusive saiu uma notícia na Folha sobre o evento, leiam AQUI!.

Caio Gullane - Mercado Cinematográfico Brasileiro - Engrenagens e Mecanismos de Inserção

Tá com mil projetos e não encontra ninguém para produzí-los? Tem certeza de que você poderia mudar a história do cinema brasileiro com suas histórias mas não sabe como começar a produzir o filme? Então pare de reclamar e arregace as mangas. Entenda como as coisas funcionam fazendo este curso (eu já fiz minha matrícula!) Saiba que muitos roteiristas decidiram produzir seus próprios projetos ao invés de choramingarem por causa das exigências do mercado, mas para isto, é fundamental conhecer o tal (temível, mal e cruel) mercado e como ele funciona.

Sendo assim aproveite a oportunidade.

Quem irá oferecer o curso será ninguém menos que Caio Gullane, um dos maiores produtores brasileiros e tenho certeza de que ele tem muito para ensinar, veja o que será disutido no curso...

O MERCADO CINEMATOGRÁFICO BRASILEIRO - ENGRENAGENS E MECANISMOS DE INSERÇÃO

O curso procura orientar o aluno para o seu possível ingresso no mercado de trabalho cinematográfico brasileiro, através da busca de uma visão completa e atual deste, entendendo suas exigências, demandas e pré-requisitos, além de conhecer o trabalho e perfil dos principais profissionais e produtoras do país.
Abaixo, os tópicos a serem explorados nas aulas do curso:     

1.Introdução ao Mercado Cinematográfico Brasileiro: ciclo das cadeias.

2.Como nascem os projetos e como formatar um projeto de longa-metragem.

3.Departamentos cinematográficos: quais as atribuições e responsabilidades de cada profissional envolvido no processo de realização de um filme.

4.Retrato da produção cinematográfica brasileira na atualidade.

5.O que é preciso para se inserir no Mercado Cinematográfico (ou como se inserir no mercado cinematográfico brasileiro).

Para interessados em produção cinematográfica e cinema brasileiro

Acesse o site AQUI e faça sua matrícula agora!

Kill Bill Vol. 2 (2004)


                           PAI MEI
              [in Mandarin
          Just like all Yankee women, 
          all you are good at is ordering 
          in restaurants... and spending 
          a man's money! 



Roteiro: Quentin Tarantino e Uma Thurman 

Elenco: The Bride, Beatrix (Uma Thurman), O-Ren Ishi (Lucy Liu), Vernita Green (Vivica A. Fox), Elle Driver (Daryl Hannah), Bill (David Carradine), Budd (Michael Madsen), entre outros.

Bem, eu gosto muito mais do primeiro, acho que no segundo há uma perda de qualidade razoável.

Para fazer uma comparação com a primeira parte vamos pegar a primeira cena do primeiro e a última do segundo.

Na primeira parte o filme abre com a cena entre Beatrix e Vernita Green. Tudo aponta para a questão da maternidade, até o climax, quando Beatrix mata Vernita praticamente na frente da filha de Vernita. o final da cena temos a voz over de Bill falando sobre a ojetividade que a vingança requer, que não se deve pestanejar e não deixar que ninguém impeça sua execução. Ok, uma grande cena, excepcional. 

No final da segunda parte o que vemos é quase um repeteco disto. Beatrix encontra Bill e a filha de ambos, que está viva. Tudo indica que Beatrix vai enfrentar Bill e matá-lo, na frente da filha! Mas ela não o fraz, o que temos é um diálogo tedioso sobre o Super-Homem, (que embora seja excepcional, está aquém da cena, em minha modesta opinião).

Eu acho que o final, deveria explorar o aspecto trágico da vingança e a contradição que Beatrix tem de enfrentar; ou ela se vinga e mata o pai da própria filha,e perde a filha ( o que acontece, sem é claro, Beatrix sofrer as consequências disto) , ou ela não mata Bill e ficaria tudo por isto mesmo.



Kill Bill Vol. 1 (2003)


                                     THE BRIDE
                Wiggle your big toe. 




Elenco: The Bride (Uma Thurman), O-Ren Ishi (Lucy Liu), Vernita Green (Vivica A. Fox), Elle Driver (Daryl Hannah), Bill (David Carradine), Budd (Michael Madsen), entre outros.

Um pequeno detalhe que me chamou bastante a atenção é o momento em que Elle Driver (Daryl Hannah) aparece no hospital, a cena da enfermeira. Ela vai assoviando Twisted Nerve do Bernard Herrmann. Na sequência, a trilha sonora entra, com a mesma música que ela assovia.



Bem, vejamos alguém que já tinha feito algo muito parecido, e na época muito ousado. Uma cena de um dos meus filmes preferidos, The Quiet Man de John Ford. A cena é na qual Mary (Maureen O'Hara) acabou de deixar Sean Thornton (John Wayne). Quando Sean descobre que esposa o deixou, ele pede que Michaleen Flynn (Barry Fitzgerald)prepare os cavalos. Michaleen faz uma provocação a Sean e senta-se na porta da casa. Então começa a assoviar uma canção. No próximo plano, a música entra na trilha sonora, mas à frente, temos uma reinversão, quando da trilha sonora, passamos para um 'sanfoneiro' que aparece tocando a mesma música.(Infelizmente não achei o trecho no youtube, mas recomendo que vejam The Quiet Man (1952). É um filmaço!


Alien 3 (1992)


                              RIPLEY
       [She is looking for the alien]
       Don't be afraid, I'm part of the family.


Direção: David Fincher


Elenco:Ellen Ripley (Sigourney Weaver), Dillon (Charles S. Dutton), Clemens (Charles Dance), Golic (Paul McGann), entre outros.

O Conceito do planeta prisão é muito bom, porém, a força da idéia original e a sombra do primeiro filme desgastam o terceiro.