quarta-feira, 11 de maio de 2011

Desconhecido (Unknown) 2011



                       MARTIN HARRIS
               I didn't forget everything. 
               I remember how to kill you, 
               asshole. 


Sinopse
Após um acidente, um renomado geneticista entra em coma. Ao voltar, todas as pessoas que ele conhecia e amava simplesmente não o conhecem e um outro homem diz ser quem ele era. 


Direção:Jaume Collet-Serra


Roteiro: Oliver Butcher e Stephen Cornwell, da novela "Out of my Hearth" de Didier Van Cauwelaert


Elenco: Dr. Martin Harris (Liam Neeson), Gina (Diane Kruger), Elizabeth Harris (January Jones), Ernst Jürgen  (Bruno Ganz), Rodney Cole (Frank Langella), entre outros.


Comentários


Fui ver o filme por causa do elenco: Liam Nesson, Bruno Ganz e Frank Langella. Poxa, os três juntos?! m filme com estes caras parecia ser dinamite pura, mas foi uma decepção total. 


O clímax do filme é muito fraco e á algo que para mim deve ser evitado a todo e qualquer custo, o vilão contar a história e tudo o que aconteceu, esta é a dificuldade de se trabalhar com a surpresa em detrimento do suspense. Não que uma escolha seja superior à outra, mas é necessário ter talento para se trabalhar aquela que o artista se propõe.


Acho que em vários aspectos se parece com o primeiro filme da trilogia Bourne, onde há uma clara inspiração na tragédia de Édipo. Mas na verdade, não deu certo.


Mas fica aqui a dúvida, será que se alguém trabalhasse argumentos parecidos com suspense, ou seja, se já soubéssemos desde o princípio, quem e o quê o protagonista é, o roteiro funcionaria?


Mas também, posso estar errado e a surpresa seja realmente uma excelente maneira de tratar a questão, no entanto, será que o roteirista não poderia ter feito outras escolhas ao invés de colocar a explicação na boca do vilão?




3 comentários:

Fir disse...

A mim também me parece que não é boa solução colocar o vilão a contar os planos, até porque isso soa sempre algo artificial e não é credível. Penso que esta temática nos levanta questões sobre a forma de gerir a informação de que os espetadores e as personagens dispõem.

Daniel Maciel disse...

E ai Fir, blz?

O bacana do pessoal postar é isso, a gente via vendo que interessa ser discutido... vou fazer uma geral em alguns textos e filmes sobre esta questão da suspresa, o que é discutido por bastante gente, como o McKee, o David Howard e o Hitchcock naquele célebre livro de entrevistas para o Truffaut.

Obrigado, abraço e até breve...

Daniel Maciel disse...

David Howard e Edward Mabley, em seu livro, "Teoria e Prática do Roteiro", chamam este recurso de "Exposição".

Para eles: "os fatos que não ficam evidentes ao público através do desenrolar dos acontecimentos na tela, mas dos quais o espectador precisa estar ciente, são tratados por um artifício chamado exposição. Podem ser fatos que aconteceram no passado, antes do começo da história; podem ser sentimentos, desejos, deficiências ou aspirações dos personagens; ou então são as circunstâncias específicas e o "universo da história" que ajudam a criar a premissa daquele enredo".

Para Howard e Mabley a exposição geralmente diz respeito a back story dos personagens e muitas vezes tomamos conhecimento destes fatos através de longos diálogos entre os personagens, porém há outros modos de se fazer a exposição.

Entre elas encontramos desde o uso de letreiros que apresentam o universo da história (Star Wars) e a utilização do recurso da narração em off (Sunset Boulevard), ou flashback (Double Indemnity e Witness to Prossecution).

Alguns mais sofisticados dão mais dramaticidade quando o personagem devem contar esta história a alguém, como no caso de filmes "Entrevista com o Vampiro"(A entrevista de Louis ao jornalista), Amadeus (A confissão de Salieri que apresenta os antecedentes da história no começo do filme), The Sopranos (Todo o seriado gira em torno dos conflitos internos de Tony Soprano, os quais tomamos conhecimento a partir de suas sessões de psicoterapia).

Ainda temos casos de filmes como Lolita de Kubrick, onde a despeito de muitos já terem entendido a história, alguéma aparece no final e conta, para reforçar o que aconteceu e não deixar ninguém dúvida, ou seja, deixar tudo bem claro. A questão é que para mim, num filme como Lolita, o cineasta na construção da trama oferece meios ao espectador de decifrar a trama, por didaticamente chato que seja isso.

O problema em um filme como Unknown é que a construção da trama não oferece nenhum indício do que possa estar acontecendo, ou seja, é quase uma surpresa barata quando o personagem do Langella explica tudo.

Veja que é diferente, por exemplo, do Tropa de Elite II, pois na economia da informação do filme todos mundo sabe do que está acontecendo, todos sabem como as Milícias nasceram e operam, tanto o público como os outros diversos personagens, até o filho de 15 anos, só o Capitão nascimento não sabe do que se passa. Em Unknown, ninguém sabe de nada, apenas o grupo de agentes especiais.